Muito mais que historias...

... experiencias, o cotidiano, a rotina, a vida. o nosso blog vai falar de tudo que acontece, da nossa opinião, das nossas vontades. Boa leitura!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mas

Ele me olhou de um jeito diferente, além do desejo tinha um ar de “você só pode ser louca, ele nem ta aqui’. Não é culpa dele que você não esta comigo quando ele esta, nem culpa sua, talvez. Todo mundo aprende um dia que tem certas coisas que você vai ter que abrir mão, mas outras você pode se esforçar e deixar a mão um pouco fechada. E afinal, qual o problema em sair sozinho, as vezes é bom pra espairecer, ou pra colocar os pensamentos em dia, resistir a tentação.
Ele me disse coisas certas, me ofereceu o mundo, promessas de presença em todos os lugares, abrir mão de tudo. Fiquei olhando sem entender, por qual motivo as pessoas acham que podem julgar o sentimentos dos outros, só porque você não tava ali. É você não tava ali..
Mas..
Milhões de ‘mas’ rodeando a minha cabeça. Tinha um pouco de verdade nas coisas que ele prometeu, fazia sentido, mas não.
Não faz sentido nenhum não ter você pra ligar, pra tomar banho de chuva, ou deitar lá fora pra ficar olhando o céu. Não faz sentido nenhum não poder te dizer as coisas, e confiar em cada palavra sua. Eu vou rir de quem? Quem vai bater no peito e dizer que é bizarro? Mas vai ter dois segundos de romantismo que me faz chorar logo depois?
Quem vai ta ali me esperando no banco, quem vai esta louco de saudades, quem vai me.. amar?
É só você agora, e a gente já cansou de rir das definições que encontram pra todo esse sentimento aqui, só nosso, ninguém mais vai saber. Você sabe.
Me perdoe pelos ‘mas’, mas eles foram apenas pra me provar que a continuidade da frase é, e vai ser sempre: mas não é você.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Se depois for nunca mais...

Me diz, onde é que você vai encontrar outra mulher assim? Pra eu saber se tenho chance de achar uma versão masculina dela. Quem é que vai se dispor a levar a sua irmã nas aulas de vôlei, a cuidar da sua mãe em meio a uma crise de rins? Me fala, quem é que vai te ligar no meio do expediente só pra dizer que o dia precisa passar logo pra gente se encontrar?Quem é que vai enfrentar a família e os amigos por sua causa? Quem vai te dar um abraço forte e sentir a sua dor como se fosse a própria dor? Quem vai pegar na sua mão quando você desacreditar na vida, quando você perder alguém querido?

“Você vai lembrar de mim...”

Cadê aquele negócio de tomar banho de cachoeira? Cadê a tapioca? A música tema? O desejo de o mundo explodir lá fora pra gente não ter que ir embora?As declarações tímidas? As reclamações por eu nunca acreditar nelas? Cadê? Cadê? Cadê os planos de ir pra Barretos, pra São Paulo ou pro Xingu juntos? E o sonho de um beijo no meio de uma reportagem? Cadê os planos de passar um fim de semana dentro da barraca no quintal da casa da tia? E os churrascos na casa da cunhada? Pra onde foram os alertas que você me dava pra nunca beber e dirigir? Onde é que foram parar as mensagens e os recados de saudade assim que a gente se despedia? E as ligações pra avisar que chegou em casa? Cadê os gols? E as piadinhas dos cunhados?

Pra onde é que foi a intimidade? As conversas e os apelidos pararam em que lugar do tempo? O prazer da companhia? As piadas sem graça? Os abraços? As mordidas? Meu Deus, onde é que foi parar tudo isso?

“Deixamos que a rotina fosse nosso caminho... Deixamos de nos ver fazendo algum sentido...”

Eu havia me esquecido... É isso...Você gosta de aventuras... De montanha russa. De jogar tudo pro alto quando as coisas vão bem e ir viver a sua vida. De procurar bebedeiras, festas e menininhas de 15 anos. E depois gosta de voltar pra mim. Vem sempre com aquele papo de que amor é único, acontece uma vez só na vida e a gente já se aconteceu, se reconheceu. Que a gente não pode se perder, que a gente tem que se perdoar e voltar atrás. E eu volto sempre, boba, iludida com essa história de grande amor da vida. Volto pra minha droga, pro meu vício, esqueço todo o tempo da abstinência... Mesmo que a falta de você aconteça de novo daqui a pouquinho. Aliás, quando estamos juntos, eu nem me lembro que um dia você esteve ausente. Parece que meu mundo pára. Pareço alguém meio encantada quando olho pra você. E aí lá vem você de novo, com um balde de água fria e um adeus.

Agora eu me lembro da ausência, já que ela me atormenta todos os dias. Eu te olhei e fiquei imaginando como seríamos se ainda fossemos presentes. Fiquei imaginando pra onde foi tudo aquilo. Por que a gente ainda insiste em ser desconhecidos quando se conhece até a unha meio torta do mindinho do pé. E logo tento parar de pensar nisso. Porque eu quero me lembrar pra sempre dessa falta, da dor, da montanha russa que tanto me irritou. Quero me lembrar que eu sempre desejei estabilidade e um homem de verdade. Eu quero só nunca mais querer voltar pra você.

“Vou deixar que você se vá...”

Ps: texto inspirado e escrito ao som de Nenhum de Nós