Muito mais que historias...

... experiencias, o cotidiano, a rotina, a vida. o nosso blog vai falar de tudo que acontece, da nossa opinião, das nossas vontades. Boa leitura!

domingo, 29 de novembro de 2009

Como vai você?

Se cumprimentaram timidamente.
- Há quanto tempo não nos encontrávamos - ele disse, em meio à toda frieza que os envolve agora
- Muito tempo, desde que você se foi
- Você tá diferente. Acabou mudando com a nova rotina. Mudou as roupas, o cabelo, o sorriso e até o jeito de andar...
- É, o tempo passa e a gente muda...
- Como foi esse tempo sem a minha presença na sua vida?
Então teve vontade de dizer que foi difícil, que lembrou dele toda vez que quis desabafar e quando viveu algo legal.
Mas se calou.
- Tanta coisa aconteceu... Tantas mudanças...
- Espero você me contar todas...
- E a sua vida?
Ele engoliu seco.
- Você não estava lá no dia mais feliz da minha vida como prometeu que estaria. Não comemorou, não fez tudo que disse que faria.
Ela sentiu um aperto no peito, como foi perder aquele dia?
- ELA estava, não estava? - respondeu.
- Mas eu senti a SUA falta. Senti todos os dias. Senti falta da sua risada, das suas histórias, das suas mensagens, da sua presença, da sua fixação pelo meu cabelo, do seu perfume, do seu abraço e até dos seus emburros.
Ela não tinha palavras. Seus olhos se enxeram.
Ele continuou.
- Se você não tivesse ido embora de vez, ela jamais teria ocupado o seu lugar.
Ele sabia como magoá-la. Ela se sentia culpada por ter pedido pra ele sumir de vez, por ter sumido de vez, por ter pedido pra ele nunca mais conversar com ela.
- Eu só queria não sofrer mais.
- E conseguiu?
- Eu senti saudade em todos os momentos.
- Então temos muito o que conversar. E muita felicidade pra colocar em dia.



Então ela abriu os olhos, levantou e foi tomar café da manhã.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dedicatória

Aí, ela se viu indo embora, mesmo sabendo que se tratava de uma espécie de alucinação, sonho ou confusão. O mundo é mesmo radical. Foi embora imaginando o almoço que não foi, a hora que não aconteceu, os sons por baixo do silêncio.
A tempestade ainda era dentro dela.

- Você me amou muito rápido?
- Sim. Rápido demais.

No meio da noite, o telefone tocou. Há quanto tempo não ouvia aquela voz! Fazia muito tempo que não se falavam, nem se encontravam por acasos forjados por um e outro. Ela se lembrou de quando apagou o número dele da agenda do celular, mesmo sabendo de cor. De quando ele parou de ligar.
Doeu um pouco.

Ela deixa partes de si pra trás, já não sabe se o que foi ainda existe no que é. Exagera e se confunde, por escolha própria. Ele ligou porque sentiu saudade, tristeza triste de se ver.
Alucinação. Amor quente.

E essa chuva que vem vindo, na verdade já passou.

- E o que passou?
- Agora é você.


Optaram por se perder pra se encontrarem laranjas, radiantes. E era sempre assim apesar de não ser.


"A vocês, eu deixo o sono/O sonho, não/Esse, eu mesmo carrego." Leminski

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

É, ainda não passou. Esperei. Eu juro. Mas de novo eu fracassei. Agora tá tudo tão desconfortável e mal resolvido. Não vale a pena acreditar mais uma vez que o mal resolvido não chegou ao fim. Falar?! Xingar?! Não funcionou. Surtei com o que eu queria. A minha infantilidade não deixou nada dar certo. A sua não te permitiu nem tentar. Nunca te impedi de ser feliz, nem nunca bati a porta no seu nariz. Só quis muito que você fosse feliz. Comigo. Você não se interessou. Nem disse nada. Preferiu se esconder no escuro e no silêncio. Até quando?! Será que um dia vai ficar tudo bem?! Ou eu vou sempre me desestabilizar com a possibilidade de te ver?! Definitivamente, eu preciso passar de fase! Esse jogo já tá ficando qualquer coisa. Tô me agarrando a todas as vidas por ai, pra não morrer de novo em você.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Decisão

Eu pensei demais, pensei até sair lagrimas dos meus olhos e meu coração ficar apertado, bem apertado. Me pergunto quando eu vou viver de verdade, quando eu vou deixar de sumir de todos, pra não me encontrar com ninguém, nem mesmo com voce. Quando eu vou deixar alguém chegar mais perto pra tentar significar pelo menos um terço de tudo que voce representou pra mim.
Quando eu vou deixar de escrever palavras sem sentidos e textos que voce nunca lê. Quando eu vou parar de querer te ligar e dormir no seu abraço. Até quando eu vou deixar de me sentir mal por voce.
Então, eu pensei e matei a vontade de te ver, de ver a sua família linda que sempre me recebeu tão bem, de ganhar aquele abraço carinhoso do seu pai, ou uma risadinha ironica da sua mãe que sempre me faz sentir querida. Rever seus tios, tias, irmã, suas primas, essas pessoas carinhosas que durante muito tempo eu considerei partes de mim.
As decisões tomadas, e tudo que aconteceu e não aconteceu, a vontade de pensar em mim, que acabou me fazendo pensar SÓ EM VOCE. Os nossos caminhos e essa estrada diferente que seguimos...
Eu conheci tantas pessoas legais na faculdade, essas pessoas que surpreendentemente me conquistaram, que possuem a capacidade de me fazer tão bem, que demonstram um carinho tão grande... como trocar elas por voce? Como deixar esse presente no qual não tem espaço pra nós dois pra depois? Eu preciso me convencer de que o unico tempo verbal que nos resta é o passado, por mais que eu [na maioria das vezes] busque em voce meu futuro, voce não é! Não é mais. E me dói, e vai me doer tomar a decisão de não te ver, mas a saudade de fazer parte da sua família, ficar lembrando os nossos planos vai ser bem maior do que a satisfação de ver ela pirar de raiva.
Eu vou ficar bem, e voce também vai. Mas eu só quero dizer pra todos da sua família: EU AMO VOCES. Obrigada pelos 2 anos de convivencia, voces vão estar eternizados no meu coração. Nada apaga o carinho que voces tiveram comigo.
Agora só resta as boas lembranças e a saudade de um tempo que já não volta mais.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Omnia Vincit

No caminho pro aeroporto fiquei pensando no que dizer quando fosse dar tchau. Eu não nunca tenho o que dizer nessas horas, ponto. Já ouvi muito falarem sobre uma certa facilidade que eu tenho em ir embora, e eu tenho mesmo. Deixo tudo facilmente e quantas vezes for preciso, e sei fazer malas como ninguém. Mas não sei dar tchau. Não sei ver as pessoas indo embora, então não é preciso pensar muito pra concluir que eu vou pra não ter que ver indo.

Mas você nunca me deu essa escolha, e quando eu menos esperei, tchau. Aprendi muita coisa. Desde então, não precisei mais te ajudar a corrigir provas, tive que ajudar sua filha com as provas. Tive que aprender a programar a máquina de lavar e a lidar com a complexidade de pagar o condomínio no caixa automático. E o mais dificil foi ter que aprender a defender alguém que depende de você.

Eu sei sinceramente como as mães se sentem e confirmo: só as mães é que são felizes.

Hoje eu tive que dar tchau outra vez, pensando quando é que eu te veria de novo por esses espaços, nos espaços que sei quem você é. Senti uma vontade incontrolável de chorar, pensei nas vezes que você riu das bobagens que eu disse, tentei imaginar como você imaginava que eu seria.
Quando eu fui fechar sua mala, achei uma foto minha de muitos anos atrás. Eu não sei mais quem foi aquela guriazinha de cabelo estranhamente liso e pé descalço, mas logo reconheci a mãe dela, que tava ali do lado.Ela ainda é a mesma, linda.
Obrigada por ser quem é, e por ter feito de mim quem sou. Boa sorte, eu te amo.
Um mundo de distância separa aquela foto do que somos hoje. Eu tive que te dar tchau de novo, e senti que tenho dentro de mim o maior amor do mundo.

domingo, 1 de novembro de 2009

Túnel do tempo

Ela queria que tudo fosse como antes.Queria poder mostrar pra ele o sorriso novo, poder contar do entrevistado que conheceu a esposa em um velório e fez bodas de ouro, mostrar o vídeo engraçado e poder continuar dormindo somente após receber a "flor virtual" e agradecer. Queria continuar sendo a garota mais especial, que perdia espaço somente pra irmã dele, a garota que era procurada pra dividir as alegrias ou quando ele estava triste ou cansado e queria conversar. Ou que era procurada mesmo quando os diálogos não eram necessários, apenas pra ver o tempo passar, deitado na sala, olhando pro teto.
Ela jamais teve a sensação de dar tão certo com alguém como teve com ele. Era a pessoa ideal. Com os mesmos gostos, os mesmos valores e o mesmo jeito de encarar a vida. Nunca conheceu ninguém que pudesse ser melhor para estar ao lado dela, embora tenha tentado. Então ela se pergunta: se não tivesse sido tão orgulhosa e radical, hoje ele seria capaz de amá-la?


ps: baseado no último texto da Larinha ;D