Muito mais que historias...

... experiencias, o cotidiano, a rotina, a vida. o nosso blog vai falar de tudo que acontece, da nossa opinião, das nossas vontades. Boa leitura!

domingo, 25 de julho de 2010

Despedidas

Nossa despedida foi no escuro, o sol há muito já tinha se deitado.
Lembro que demorei a virar de costas, queria guardar um pouco mais daquilo tudo que foi nós dois.
Eu consegui esquecer muito depois que acabou, acho que esqueci até que o sol nascia sempre... Consegui esquecer todos os outros e lembrar apenas do seu sorriso, e querer um pouco de você em todos.
Mas a gente se encontrou e como de costume nossos olhares se cruzaram, eu não resisti e comecei a rir. Eu não consigo ficar séria perto de você, já percebeu?
Começou tudo de novo...
A gente se abraçou e foi como se matássemos as saudades de tantos meses, senti uma vontade louca de chorar, mas você disse 'NÃO' me ver chorando era a última coisa que você queria.
Eu não podia esconder nem pra mim mesma a vontade de você. Me falaram que eu era sempre a última a perceber as coisas... Eu juro que não queria ter sido a última dessa vez.
Nós estávamos de mãos dadas, como deveria ter sido, eu não conseguia te largar, e você não queria que eu fosse embora.
Me fez dançar, me fez cantar, e sussurrou em meu ouvido: Eu te amo.
Eu te ajudei com a camisa, e prometi pintar as unhas de vermelho. Você deitou em meu ombro e a gente ficou mais próximo pra fazer o frio acabar logo...
E eu quase tinha me esquecido que o frio é muito maior quando você não está por perto.
Nós conversamos mais, choramos de rir e de saudade prematura.
O aperto começou, eu olhava no relógio me perguntando que horas ele começava a parar.
Você só sorriu... Como se o meu desespero não fizesse tanto sentido assim.
Eu implorei:
- Não vai embora.
- Eu sempre vou voltar pra você.
- Vai demorar muito?
- Não, estamos além do tempo, você sabe...
- Eu não quero me despedir de novo!
- Não precisa...
Fechei os olhos úmidos e senti seu beijo.
Acordei chorando outra vez, mas desta vez, o Sol tinha acabado de nascer.

domingo, 18 de julho de 2010

O último

Obrigada. Por todas as risadas, as danças malucas e as conversas intermináveis por telefone. Pelas noites não-dormidas, pelo carinho antes de dormir, por ter saído pra comprar remédio pra resfriado as onze da noite.
Obrigada por ter se feito presente nas horas tristes. Por ter me irritado ainda mais nas horas de irritação e por achar engraçada essa minha dificuldade de falar algumas palavras.
Obrigada por ser tão gentil e delicado, e um obrigada muitíssimo especial por você tocar Tom Jobim de madrugada tão bem. Obrigada por ter feito algumas histórias de futuro.


Eu não vou chorar.E se eu chorar, não é por mágoa, acredite. Já é saudade. É o respeito que eu sinto por você.
Eu quero dizer tchau com um sorriso nos lábios. Foi sempre tão assim, não quero que mude na despedida. Aliás, quero que a despedida seja a parte mais bonita, porque é assim que eu quero me lembrar da gente. Vamos deixar as mentiras pra outras histórias, nós não precisamos disso.

A gente não precisava ter tido esse fim,assim, tão convencional. Eu poderia ter virado bolha de sabão, ou você um protetor divino de alguma flor em extinção que só existe do outro lado do mundo. Mas acabou a vontade. E é essa a minha dor. Quando foi que passamos a ser tão desinteressantes?

Eu continuo aqui. Correndo o tempo todo, um copo de café e uma dose de tequila, vez ou outra. Vou indo, construindo laudas e laudas de qualquer coisa, ouvindo umas bandas ruins aqui e ali, ajudando minha irmã com os deveres de casa e me lembrando de você em tudo que eu faço.


Eu continuo amando você, como sempre. Manda um beijo pra sua mãe.


Vai bem, cuida quando for beber e dirigir, por favor. E eu vou também.

Vai ver esse choro contido vai acabar de vez quando você vier aqui buscar alguma coisa que tenha esquecido. Ou na próxima vez em que forjar um encontro por acaso. É, amor. Vai ver é só fechar os olhos e pensar em nada, ou na cor púrpura. Vai ver...

Olha, eu acho até que esse foi o amor mais sincero que eu tive. Quero até ver como vou me sair construíndo uma outra história, o meu pra sempre sem você.


Tudo passa, a gente sabe.


"Se eu cantar não chore não
É só poesia
Eu só preciso ter você
Por mais um dia
Ainda gosto de dançar
Bom dia
Como vai você?"

sábado, 3 de julho de 2010

Foi embora cedo demais.

Eu achei que já tivesse escrito o texto mais difícil pra você, mas nao imaginava que este estivesse por vir. Tem horas que eu ainda não consigo acreditar, parece que tudo não passa de um sonho e que a gente vai sair junto de novo. Eu queria ouvir você mais uma vez, pra me dizer que vai ficar tudo bem. E apesar de saber que você tá tomando conta da gente, onde quer que você esteja, eu queria que você estivesse ao meu lado.
Tá tão difícil agora, mas eu sei que com o tempo essa dor vai passar. E aí eu vou me lembrar de todos aqueles bons momentos que nós passamos, bons momentos que, nós que tivemos a sorte de te conhecer, passamos.
Sempre vou lembrar dos seus sorrisos, daquelas risadas boas, vou me lembrar dos seus conselhos, do seu bom humor, do seu alto astral, da sua bondade e da lealdade. Vou me lembrar do som agradável da sua voz e do seu violão, da sua alegria de cantar, das suas músicas preferidas e do seu jeito "Jô Soares" de acabar com elas.
Vou me lembrar do seu jeito de dirigir, das suas histórias e "palestras", do seu jeito de dançar, das viagens e do seu espanto sempre que eu completava mais um ano. Vou me lembrar das nossas conversas que recordavam de quando nos conhecemos, quando eu tinha apenas 13 anos, e gritava você na rua. E eu nunca vou esquecer de tudo que aprendi nesses anos todos com você, das lições de vida e da amizade verdadeira.
Talvez uma das maiores lições eu esteja aprendendo agora: você deu adeus deixando saudade e admiração em tanta gente, coisas que só um grande homem poderia conseguir.
Esse não é um texto de despedida porque a gente não se despede daqueles que ama, já que eles vivem pra sempre na nossa memória e no nosso coração. Além do mais, um dia a gente ainda vai se encontrar de novo. Esse é um texto de agradecimento.
Obrigada mesmo, por tudo! Por ter feito parte da minha vida e ter me ensinado tanto. Eu tive o prazer de ser sua amiga e essa alegria eu vou levar durante toda a minha vida. Eu te amo muito!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Não acaba aqui...

'Eu tenho três coisas pra te falar [...] Mas a gente ainda vai ter tempo de conversar.'
O estranho mesmo é que tudo que nos faltou foi tempo. Faltou tempo e a gente tinha planos demais, eu sei. É inevitável pensar em como poderia ter sido, e no que poderia ser as três coisas que você precisava me dizer... Mas o mais inevitável ainda é não pensar em você.
Não me lembrar de você em algumas músicas que tocam, e de como você me disse ‘eu já guardei o seu lugar’. Lembrar do que você me dizia, das conversas, e rir praticamente de tudo que você falava, das suas brincadeiras, e de como você vinha em minha direção com aquele seu sorriso enorme.
Você era diferenciado, especial. Você tinha uma capacidade única de fazer com que todos se apaixonassem por você, confiassem em você, esperassem por você. Você significou tanto para tanta gente, e isso poucos conseguem.
Você conseguiu!
Dói muito ainda pensar em você, lembrar, parece que eu vou sair com os meninos e você vai tá junto, e a gente vai dançar e você vai me pedir pra cantar ‘Evidencias’, vai me dizer que não importa se muita coisa não é verdade já que a parte do ‘eu sou louco por você’ é, e eu vou rir e a gente vai bater nossos recordes dançando muito.
Acho que nunca mais alguém vai gritar que é meu aniversário mesmo não sendo, nunca mais eu vou desempatar o jogo do dedinho, nem vou te ajudar a amarrar a pulseira ou desenrolar a manga da sua camisa. Não vou te abraçar porque eu senti frio, nem vamos beber cerveja juntos enquanto eu escuto do seu passado e te conto o meu.
A gente teve relativamente pouco tempo, e não me parece justo te perder agora, mas tem certas coisas que nós não temos capacidade, ainda, de entender. Não conseguimos descobrir por que você, por que tão cedo, por que agora, justo agora...
Mas existem mais coisas entre o céu e terra do que nós mesmos podemos imaginar, eu sei que não acaba aqui, que a sua jornada não foi em vão. Que as pessoas que tiveram o privilégio de conviver com você, de estar ao seu lado, nunca vão te esquecer.
Vai doer menos aos poucos, mas a saudade que você deixou vai ser eterna.
Eu te disse uma vez que o único jeito que eu consigo dizer tudo é escrevendo, e você me elogiou, disse que eu era sempre muito direta quando escrevia...É verdade.
E esse texto é todo seu, meu querido.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

When the music is over

Agora que é impossível, quase insuportável, me ouvir. Agora que eu prefiriria não escrever nada, não dizer nada, nem ouvir, nem lembrar. Nada. Agora que eu não sei mais como vai ser. Agora que até o céu congestionou, que a desconfiança do caetano ficou maior, que as cores não tem mais tanta graça,que as vozes já não fazem nenhum sentido.

Agora que eu venço quando sonho, e quase. Amanheço sem querer. Agora que eu me esqueço quando almoço. Só agora.

Lembranças de um sorriso tão possível quanto aberto. A imagem de uma camisa branca balançando no varal de algum lugar da minha cabeça que não sei onde é. Cadê você?

Sejamos realistas: nada aqui faz muito sentido. Nem a falta de amor, nem amor de verdade, nada. No fim restaremos incompletos de alguma coisa ainda sem nome, com o coração partido, miolos no teto e estômago revirado. Sonhamos extáticos. Sonhamos com o que sobrou. Sonhamos demais.

Não faz sentido nenhum, não é possível entender, nem tenta. Um gosto amargo na boca. Noites que viramos esperando o sol nascer... que sentido faz? Fez?

E a gente vai vivendo pra passar o tempo que nem criança na aula de educação religiosa ou cronista de praia paraguaio. Não adianta o mar, não adianta voltar a ser criança. Não adianta chorar. É sério demais dizer qualquer coisa. Me desculpa por qualquer coisa, mas me desculpa. Nem eu sei mais do que tô falando, não adianta.

A gente vai indo sem saber dizer tchau.