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domingo, 10 de julho de 2011

Não podia acabar diferente

Eles pareciam fazer parte de mundos diferentes. E no fundo faziam mesmo. Ela era completamente apaixonada pelo que fazia e por tudo aquilo que rodeava esse universo. Ele nem sabia porque estava ali. Só pensava em terminar logo com isso. Só queria que aqueles quatro ou cinco anos passassem rápido pra nunca mais ter que ver aquela gente esquisita - gente essa que ela adorava.
Algumas vezes ela tentou fazer ele mudar de ideia. Largue o curso, faça algo que goste, se envolva. Muitas mensagens subliminares. Ele era doce, divertido e tímido e era isso que a encantava. Nunca era rápido demais, sabia ser tudo aquilo que ela precisava. Sabia ver desenho num domingo de manhã, tampar da chuva, fazer o frio passar, acordá-la com beijos, passar a noite em claro e rir de um jeito infantil em cenas bobas de filme.
Até que um dia ele soube ser cruel, antipático e extrovertido. Deixou de ser doce, passou a ignorar todas as conversas engraçadas e a conviver com pessoas fúteis. Estava vivendo uma vida descolada e de modinhas.
Ele passou a ser tudo aquilo que ela estava cansada nos outros. Ela se decepcionou, mas não ficou com raiva. Apenas se lamentava e tinha saudades daquele cara que ele era, fingiu ser ou que ela acreditou ser. Ela vivia angustiada porque ainda precisava do que ele sabia ser, mas que agora já não é mais.
Ele não podia e não queria mais chegar perto dela.

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